Essa é uma queixa comum aos pais. Muitas podem ser as causas para uma criança não falar. Temos que pensar em problemas auditivos, neurológicos e genéticos por exemplo. A causa pode não ser por questões orgânicas, e, a partir deste momento, devemos pensar nos estímulos que são apresentados a criança e nos aspectos ambientais (emocional e estímulos).
Antecipadamente é necessário diferenciar os conceitos de fala e linguagem, entendemos que a linguagem é a capacidade do indivíduo de interagir com o mundo, de expressar seus sentimentos, intenções e de comunicar-se com seus semelhantes, por tanto ela se pode ocorrer por diferentes meios: expressões faciais, gestuais, verbais (fala), por exemplo. A fala por tanto é um dos meios de expressão da linguagem, é um ato voluntário e inteligente que depende de um sistema motor (órgãos fonoarticulatórios) e cognitivo.
Devemos ficar atentos a respiração da nossa criança, se ela ronca, baba e/ou respira pela boca por exemplo, os músculos da face que são necessários para falar podem estar enfraquecidos e a partir disso não se consegue colocar a língua e o lábio na posição correta para a produção dos sons e muitas vezes nem percebem a boca da forma adequada. A redução da força dos músculos por sua vez também pode impactar na alimentação, onde a criança passa a evitar alimentos sólidos e/ou mais fibrosos. Outra causa muito comum para os arasos na fala é o frênulo lingual curto e o uso prologado de chupeta, mamadeira. Para estes casos um olhar diferenciado da equipe escolar e o suporte da fonoaudiologia educacional como o presente na Escola bilboquê fazem toda a diferença para identificação e intervenção precoce. A manutenção do acompanhamento pediatríco e visitas periódicas ao otorrinolaringologista e dentista também são essenciais para garantir o adequado desenvolvimento craniofacial e consequentementemente a fala. Não deixe de abordar com os profissionais sobre o que é esperado para faixa etária do seu filho e o que pode ser feito no cotidiano para auxiliar no desenvolvimento da criança!
Elevamos a bandeira amarela também quando existe algum quadro na família de atrasos de linguagem, fala, desenvolvimento motor, diagnósticos de autismo, apraxia de fala, TDA/H ou quaisquer outro transtorno do neurodesenvolvimento, ou outras questões psiquiátricas, Nestes casos a incidência familiar associada ao atraso da criança requer avaliação clínica imediata.
Ainda existem muitas outras causas e sinais, mas estimular a criança no contexto educacional e no contexto familiar verificando como essa criança responde aos estímulos é crucial para poder explicar o atraso de fala e/ou de linguagem. A partir das oportunidades dadas, verifique se a criança evolui, se isso acontecer ótimo! Se não, busque um fonoaudiólogo para te orientar e avaliar seu filho.
Dicas gerais para estimular o desenvolvimento da fala e linguagem:
• Converse com a criança, narre o mundo, diga o que está fazendo, onde estão indo, o que vê a sua volta, o nome dos objetos;
• Não antecipe ou interrompa a criança, respeite o espaço comunicativo, assim que ela terminar de se comunicar faça um resumo do que ela expressou e apresente verbalmente, caso não compreenda diga também e insentive-a a tentar novamente;
• Evite o tatibitate, fala com diminutivos ou repetir a palavra errada dita pela criança, sempre que usá-los, não deixe de dar o modelo correto em seguida, a criança precisa de modelos corretos de fala, geralmente ela fala com trocas ou omissões, pois ainda não é capaz de fazê-lo;
• Mesmo que sem palavras a criança se comunica, fique atenta a estes sinais e a traduza em palavras quando, por exemplo a criança se aproximar ou apontar para um objeto, não atenda prontamente, incentive a criança a falar, assim que ela emitir algum som, diga o nome do objeto, diga: “Ah! Você quer a bola?” “A mamãe vai pegar a bola, pra você!”;
• Leia histórias, varie o tom de voz, mostre a ela a relação do que lê com as imagens do livro, imite os sons dos personagens;
• Evite chupeta/ mamadeira após os 2 anos de idade;
• Limite o uso de telas segundo as recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria;
• Permita a convivência;
• Criança aprende brincando.
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