Durante minha trajetória profissional, tenho visto adultos aflitos com o momento de retirar a fralda da criança. Muitas vezes essa aflição vem quando a escola começa o processo de desfralde na turma, ou quando durante o processo, a criança dá alguns passos pra trás e precisando usar a fralda novamente, questiona-se se está tudo certo.
Eu não sei exatamente de onde e nem quando surgiu essa regra de que se deve retirar a fralda por volta dos dois anos. Mas sei que ela não condiz com a maturidade emocional e nem fisiológica da criança para tal, e que treiná-la ou condicioná-la para ter um controle de algo que deveria ser natural, pode ser muito desgastante. Tanto para a criança quanto para o adulto.
Todo processo de independência deve ser um processo de ganho de autonomia por parte da criança e não de uma autonomia forçada pelo adulto. Para a criança é muito bom sim, ganhar autonomia em uma tarefa do dia a dia, mas desde que seja no tempo dela, no seu próprio ritmo. Só assim ela sente que aquela foi uma conquista dela, real e única, e aí sim, seu senso de auto capacidade e auto estima serão fortalecidos. Quando ela corresponde a uma expectativa do adulto para ser independente, ela se torna independente para agradar, e entende que ao agradar o adulto poderá ser amada.
Então eu te convido a parar para refletir sobre qual a verdadeira necessidade de retirar a fralda de uma criança antes dela estar pronta, em um momento no qual ela está fortalecendo sua auto estima, compreendendo sua relação com o mundo e com ela mesma. Te convido a refletir sobre todas as vezes que, especialmente por pressões externas, estimulamos a criança a dar conta de tudo e de ser capaz de tudo quando ela ainda precisa de nós.
Se você quiser ler mais sobre esse assunto, escrevi este ebook: Como fazer o desfralde da criança – uma nova forma de viver este momento com amor e com respeito e você pode acessá-lo neste link: http://bit.ly/ebookdesfralde
Mariana Lacerda / Site Na Pracinha